segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Estudando a Teoria: Inquietações e Mudanças no Ensino da Arte de Ana Mae Barbosa

Oiee queridos leitores do blog! =D

Toda segunda-feira vai ter postagem aqui no blog dentro do "Estudando a Teoria"! Como sempre faço pesquisas de assuntos relacionados à Educação, pretendo levar para vocês fichamentos, discussões e temas interessantes para serem trabalhados em sala de aula!
Hoje, a postagem vai ser sobre um fichamento do livro "Inquietações e Mudanças no Ensino da Arte" de Ana Mae Barbosa, como estou fazendo TCC em Artes Visuais, achei super válido essa ajudinha em questão de resumo para podemos formular nosso próprio aprendizado e multiplicar para outros professores.


BARBOSA, Ana Mae.INQUIETAÇÕES E MUDANÇAS NO ENSINO DA ARTE. São Paulo: Cortez, 2007.


AS MUTAÇÕES DO CONCEITO E DA PRÁTICA

A aprendizagem da Arte é obrigatória pela Lei de Diretrizes e Bases - LDB - no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, no entanto, essa obrigatoriedade não é suficiente para garantir a existência da Arte no currículo. Somente a ação do professor pode torná-la essencial para favorecer o crescimento individual e o comportamento dos cidadãos. Ao Poder Público cabe propiciar meios para que os professores desenvolvam a capacidade de compre­ender e conceber a Arte.
A falta de um aprofundamento dos professores de Ensino Fundamental e Médio pode retardar a Nova Arte. A Arte-Educação tem sua missão de favorecer o conhecimento das diversas formas de Arte.

MUDANÇAS NO ENSINO DA ARTE

A Arte-Educação mudou nos seguintes aspectos:

1- Maior compromisso com a cultura e com a histó­ria.
2- Ênfase na interrelação entre o fazer, a leitura da obra e a contextualização histórica, social, antropo­lógica e estética da obra. Só um saber consciente e informado torna possível a aprendizagem em Arte.
3- Influir positivamente no desenvolvimento cultural dos estudantes pelo ensino-aprendizagem da Arte. A Arte na Educação como expressão pessoal e como cultura é um importante instrumento para identificação cultural e o desenvolvimento individual. Por meio da Arte, é possível desenvolver a criativi­dade, percepção, imaginação, senso crítico, apre­ensão da realidade.
4- Pretende-se ampliar a criatividade com leituras e interpretações de obras de Arte.
5- Necessidade de alfabetização visual, onde não se restringe a análise da obra, mas em que contex­to está inserida.
6- Compromisso com a diversidade cultural é enfa­tizada pela Arte-Educação pós-Moderna.
7- Reconhecer que o conhecimento da imagem é de fundamental importância para desenvolvimento da subjetividade e desenvolvimento profissional.

TRANSFORMAÇÕES NO ENSINO DA ARTE


Embora a Arte seja uma disciplina de extrema importância, ela ainda não é vista como tal. A defe­sa do ensino de Arte na escola já reuniu inúmeros argumentos, quase todos alheios ao processo que compreendem a atividade artística, seus produtos, ações e reflexões. Dentre os argumentos, podemos citar:
1- Aprendizagem da Arte paradesenvolvimento moral da sensibilidade e criatividade.
2- Ensino da Arte como forma de recreação.
3- Arte-Educação como artifício para ornamentação da escola.
4- Arte como apoio da aprendizagem e memoriza­ção dos conteúdos de outras disciplinas.
5- Arte como benefício para acalmar e relaxar.

As transformações nas concepções que tem orientado o ensino de Arte nas últimas décadas enfrentaram o desafio de refletir sobre esses pro­cessos, que desfiguravam o conceito de Arte na educação. O ensino de Arte na escola não está em busca de soluções, mas de questionamentos.

A ARTE E SEU ENSINO, UMA QUESTÃO OU VÁRIAS QUESTÕES?

A Arte é um grande desafio, pois nos coloca questões que nos permite utilizar diversas áreas do conhecimento, ela desafia, questiona, e levanta hipóteses.
A Arte contemporânea é discutida por vários estudiosos e especialistas. Ela é complexa e conse­quentemente seu ensino também. É necessário investimentos na significação da Arte, do Artesanato nas escolas, nas pesquisas, no artista e no educador juntos, e rejeição da segregação cultu­ral na educação como afirma Paulo Freire.

CONCEITOS E TERMINOLOGIA

Na escola, ensinar e aprender são frutos de um trabalho coletivo. Os professores de Arte devem conhecer desde os conceitos fundamentais da lin­guagem da Arte até a linguagem artística em que se trabalha. É preciso conhecer seu modo especifico de percepção, como são construídos os sentidos a partir das leituras, como aprimorar o olhar, ouvidos e corpo. Para Perrenoud, o papel do educador é mediar objeto de conhecimento e o aprendiz. Uma mediação sempre será a articulação entre as histórias pessoais e coletivas dos aprendizes de Arte. O educador deve ser capaz de criar situações que possam ampliar a leitura e compreensão das pes­soas, sobre sua cultura e seu mundo. No ensino da Arte, é preciso pensar em desafios instigantes e estéticos.

CAMINHOS METODOLÓGICOS

A Arte-Educação entendida como disciplina - A visão mais contemporânea do ensino da Arte valori­za a construção e a elaboração como procedimento artístico, enfatiza a cognição em relação à emoção e procura acrescentar a dimensão do fazer artístico á possibilidade de acesso e compreensão do patri­mónio cultural da humanidade. Há uma proposta para que o ensino de Arte seja elaborado a partir de três ações básicas - Proposta Triangular do Ensino de Arte (experimentação, decodificação e informa­ção):

1- Ler obras de Arte - a leitura de obras de Arte envolve o questionamento, a busca, a descoberta e o despertar do senso crítico dos alunos.
2- Fazer Arte - ação do domínio da prática artísti­ca.
3- Contextualizar - domínio da leitura da Arte e outras áreas do conhecimento.

A EDUCAÇÃO DO OLHAR NO ENSINO DA ARTE

O papel da Arte na educação está relacionado aos aspectos artísticos e estéticos do conhecimen­to. Expressar o modo de ver o mundo nas lingua­gens artísticas dando forma e colorido é uma das funções da Arte na escola. A educação estética tem como lugar privilegiado o ensino da Arte, entenden­do por educação estética as várias formas de leitu­ra, de fruição que podem ser possibilitadas às crian­ças no seu cotidiano.

OLHAR E VER

Nossa visão é limitada, vemos o que compreen­demos e o que temos condições de compreender, o que nos é significativo. O sentido vai ser dado pelo contexto e pelas informações que o leitor possui. O olhar de cada indivíduo está impregnado de experi­ência e vivências anteriores que lhes são significati­vas.

IMAGEM

É comum nas escolas de Educação Infantil tra­balhar com leitura de imagens sem muitas vezes entender esse processo de leitura. É preciso com­preender como a criança lê essas imagens e o que ela interpreta.

LEITURAS


As leituras mostram a diversidade de significa­dos, o quanto os contextos, as informações, as vi­vências de cada leitor estão presentes ao procurar dar um sentido para a imagem.

EDUCAÇÃO DO OLHAR

É preciso educar o olhar da criança desde a Educação Infantil. O ensino da Arte contemporânea busca possibilitar atividades interessantes e acessíveis às crianças.

MULTICULTURALIDADE E INTERDISCIPLINARIDADE

O prefixo "multi" indica um trabalho entre muitas disciplinas e o prefixo "inter" a interrelação entre duas ou mais disciplinas. Os trabalhos interdiscipli­nares na maioria das vezes são realizados sob a forma de projetos, o que é extremamente positivo em se tratando de Arte.
A educação multicultural envolve o desenvolvi­mento de competências em muitos sistemas cultu­rais, e seu objetivo é promover a igualdade por in­termédio da mudança educacional.

MULTICULTURALIDADE E UM FRAGMENTO DA HISTÓRIA DA ARTE/EDUCAÇÃO ESPECIAL

Uma das culturas minoritárias presentes no es­paço da educação escolar é a do portador de necessidades especiais.
O maior desafio de uma pedagogia multicultural é aprender a lidar com a diversidade, compreen­dendo que o portador de necessidades especiais pode criar e recriar sua própria cultura, no entanto o conservadorismo se esquece disso.

INTERDISCIPLINARIDADE


O professor de Arte tem um papel importante como elo de ligação, entre outras disciplinas, no entanto deve ser respeitado tanto como os outros. A disciplina de Arte não é inferior às outras.

TECNOLOGIAS CONTEMPORÂNEAS E O ENSINO DA ARTE

Vivemos num mundo rodeado de imagens, tan­tas que nem temos tempo se assimilá-las. Nesse contexto é importante desenvolver a competência de saber ver e analisar as imagens para que ela adquira significado. É importante conhecer todos os meios tradicionais quanto os tecnológicos.

IMAGEM ESTÁTICA E IMAGEM EM MOVIMENTO

O uso de novas tecnologias na escola é defasa­do, mas não pode ser deixada de lado em detrimen­to do tradicionalismo. A imagem ganha a cada avanço tecnológico, mais possibilidades de apropria­ção e ressignificação. A preocupação com a apren­dizagem em Arte deve estar sempre presente com os meios tradicionais ou com recursos tecnológicos modernos. O uso de mais de um meio pode gerar imagens interessantes e significativas para os alu­nos, o que não pode é o professor ser resistente às mudanças.

APRENDIZAGEM DA ARTE E O MUSEU VIRTUAL DO PROJETO PORTINARI

Os museus virtuais se multiplicam na Internet e são instrumentos de educação. Diferencia os atuais formatos utilizados por instituições para a inserção de museus e acervos no espaço virtual, caracteri­zando os objetivos de cada uma das estruturas.
O conhecimento de projetos virtuais pode ser uma experiência riquíssima vivenciada por professo­res e alunos.

INTERNET: CULTURA E PODER

A Internet é um instrumento de ação artística cultural, por sua capacidade de levar imagens, documentos­, textos, com extrema rapidez, e que devem­ ser explorados nos trabalhos com Arte, pois possibilitam o contato com produções artísticas de diferentes momentos e culturas.

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE ARTE


Estamos passando por uma fase de retomada de uma identidade profissional do professor de Arte, que deve refletir sobre a prática pedagógica em busca de um maior domínio das ações educativas. Os cursos de formação de professores de Arte de­vem encarar o desafio de propiciar a seus alunos uma inserção na linguagem artística e reflexões críticas, e sua formação deve ser sempre contínua.

ENSINO DE ARTE


A autora aponta que há necessidade de um en­sino de Arte sequencial, para que o aluno seja preparado para engajar-se no mundo artístico-estético com certa autonomia, e espírito crítico.

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