segunda-feira, 27 de junho de 2016

Personalidade Cotidiana - Letícia Novais

Galerinha que acompanha o blog!!
#Saudades #Voltei!

Sim... voltei do terrível tempo de replanejamento do blog, parece bobagem, mas eu sempre gosto de planejar e colocar as coisas que gosto e que faço aqui nesse espaço!
E hoje, iniciarei uma série de postagens sobre pessoas... (pessoas?)
Isso mesmo, você não leu errado, toda semana vou fazer uma postagem de alguma pessoa que de uma forma ou várias me encantou e me cativa!! Assim, mostrarei diversas personalidades com as mais diversas potencialidades, como forma de homenagem e também motivação para vocês... meus queridos leitores!!!

E aqui se inicia o meu projeto:
"Personalidade Cotidiana!"


Hoje, iniciarei falando de uma menina que conheci há pouco tempo, mas me identifiquei logo de cara!!!! 


Essa fofa se chama Letícia Novais, conheci ela no final do ano passado, logo que entrei na prefeitura, na época ela era estagiária em uma sala... e conversa vai... conversa vem... ela me disse que escrevia poesias! Ganhei de presente um livro que ela colaborou com poesias e me encantei com tanta sensibilidade e sentimento!! 

Pedi que ela escrevesse um pouco de sua autobiografia para publicar aqui no blog! Olha o que ela enviou:


"Meu nome é Letícia Novais, tenho 23 anos, sou formada em pedagogia e tenho o intuito de contribuir com o desenvolvimento dos pequenos já existentes e também daqueles que estão por vir...
Sou completamente apaixonada pelo mundo da arte. No tempo livre eu desenho, escrevo poesias, viajo constantemente (mesmo sem sair do lugar) e tento me dedicar a música que sempre me inspira, preenche e me faz ser o que sou.
Me vejo como um conjunto de indefinições e busco me encontrar através da arte..."


Antes de ler o trabalho dela... super recomendo a visita no site do recanto das Letras, onde ela tem um acervo com seus textos.
Acessem: http://www.recantodasletras.com.br/autores/leticianovais


Então por meio dessa arte com palavras... que eu apresento alguns poemas que ela mesma fez!



Quadros vazios na estante

Por qual razão recordar algo distante?
Tenho nas costas o peso da bagagem,
Não perco a lembrança de sua viagem...
Por que deixo quadros vazios na estante?

Como faço pra controlar tal rompante?
Diversas vezes surge como miragem,
Sou incapaz de esquecer sua imagem...
Precisava partir naquele instante?

Sei que me perdi em minha própria história,
Como pensar numa possível vitória?
Não posso mais escrever sobre saudade,

Preciso me conformar com a verdade,
Que sem querer me transforma em metade,
Leva sem ver trechos de minha memória...




Eu estava aqui o tempo todo

Estranho o passar das horas...
Um segundo, uma noite...Menos um dia!

Estranho minhas expectativas,
Sinto falta delas...
Tamanha ausência
Ainda vai me dar um ponto final...
Vencida pela indiferença
Apenas me calo e sigo...

Alguém já se sentiu assim?
Querendo um pedacinho do mundo...
Um único abraço...
Ilha deserta em que me perdi...

O sol parece não me enxergar.

Tentei por diversos meios
Encontrar formas de romper com o abismo...
Malditas tentativas!
Poderiam ter me contato antes:
O mundo não é colorido!

Ter sonhos é necessário,
O que não se pode é
Depender deles pra sorrir,
O universo nunca colabora!!




Manhã acinzentada

Nem todos os dias
É possível abrir os olhos
E mergulhar no tal
Do Era uma vez...
Chega um momento
Em que a realidade alça voo
E despenca sobre qualquer coração.

Ela se instaura de forma violenta,
Pisa nos sonhos mais singelos
Que com tanto amor e esperança
Foram construídos...

Arranca-nos dos braços da espera,
Da santa ilusão
De um dia ser feliz.
Chega de repente e transforma
Reticências num ponto final,
Que acaba por ser
Um ponto de partida.

Partida, despedida, saída...
São tantas idas
Que ao passar do tempo,
Os rastros desaparecem do caminho...

Ah! Se o “Era uma vez”
Fosse só uma vez mesmo,
Sinto que estaria protegida
Da insanidade de sonhar
E queimar no inferno da frustração.

Nossos sonhos muitas vezes
Instigam, castigam...
Tornam-nos fracos,
Fortes ou acinzentados...
Marionetes presas num redemoinho,
Encarceradas nas próprias aflições...
Somos seres solitários,
Repletos de tudo
E cheios de nada.





Colecionadora de migalhas

Com um olhar mais crítico
Observei minha realidade...
Lá estava ela,
Estagnada,
Culpando-se ou culpando-me?
Instantâneas conversas,
Os versos se desencontram...
Nada a declarar!
Abafei o som da canção triste,
De nada adiantou!
Ouço algo que compõe certa tragédia existencial:
Restos de palavras, lembranças, olhares...
Angustiantes reflexões...Restos!

Desenhei o mundo ideal...
Esboço sem graça, talvez perdido!

Míseros ideais,
Isolamento constante,
Granada interna!
Ainda observando a realidade,
Levanto inúmeras hipóteses:
Herança do destino?
Algum castigo de outras vidas?
Seria apenas a realidade despertando?





Pegue uma cadeira, sente-se comigo...

Em seu abraço encontrei meu abrigo,
Tinha que ser você, meu melhor amigo.
Saiba que é a luz que ilumina meu ser,
E de modo muito simples me fez crescer...

Pegue uma cadeira, sente-se comigo,
Não faça de sua ausência meu castigo.
Poderíamos esquecer a vida e viver,
A missão não é fácil, mas precisamos crer...

Mostre-me a vida existente nas flores,
Acabe de uma vez com tanta tristeza.
Ajude-me a encontrar a felicidade,

Juro que procurei por toda cidade...
Vejo em seu olhar singular beleza,
Remédio capaz de curar minhas dores...




Fotografia

Com a fotografia imortalizo momentos,
Trago de volta antigos sentimentos,
Guardo no papel, vida dos que partiram.
Amplio olhares dos seres que mentiram...

“Flash” certeiro mostra profundos tormentos,
Coração e alma procuram ocultar lamentos.
Na edição, junto pedaços do que sentiram,
Revoltados, fotos no chão pessoas atiram.

Fotos na parede e na estante da sala,
Imagens que despertam dores no coração,
Papéis que registram partes do ausente.

Fotos que fazem passado ser presente,
Imagens que dão origem a profunda emoção,
Por isso são atiradas no fundo da mala...




Folhas de outono

Têm dias que dá vontade
De deixar de lado a tal da razão
E ir de encontro
A tudo aquilo que de certo modo
Me faz bem.

Quero ter um dia
Distanciado de qualquer impossibilidade,
Negativismo ou coisa do gênero.
Quero romper com certas limitações,
Me permitir errar,
E apesar dos possíveis fracassos
Necessito de uma dosagem alta
De esperança e coragem para seguir em frente.

Hoje recuperei a visão
Que tinha sobre o outono,
Agora espero ansiosamente
Por sua chegada.
Quero me perder
Entre o cair das folhas,
Ver o mundo se renovando ao meu redor,
Me renovar interiormente,
Encontrar sentido para tudo
Que guardo em mim...

Quero ir de encontro ao vento,
Que ele esteja disposto a me largar
Num paraíso que mesmo imperfeito,
Seja o meu lugar.

Sinto que é chegado o momento
De habitar esse universo,
Colocar os pés no chão
E por aqui mesmo aprender sonhar.

Quero um futuro simples,
Verdadeiro e repleto de vida.
Quero ser acompanhada
Pela sequência de acordes
De um instrumento qualquer.
Serve violão, guitarra, bateria ou teclado...
Preciso apenas encontrar
O som do meu coração,
E assim também me encontrar.
Repleto de realizações e encantos...




A tal da esperança

Mais uma vez
A voz duvidosa da esperança
Se enraizou em meu ser. Infeliz!
Mal se deu ao trabalho
De perguntar se eu queria
Que estivesse presente.

Quem ela pensa que é
Para chegar sem aviso
E se instalar em meu coração?
Por outro lado,
Quem sou eu
Para querer satisfações
De um sentimento que apenas
Decidiu caminhar comigo?

Mania suicida que tenho
De querer encontrar
A razão de todas as coisas.
Seria mais fácil
Viver ao invés de questionar...
Fazer graça com minha desgraça,
Dançar na chuva ao invés de simplesmente
Me inspirar com seus espetáculos...

Voltando a falar sobre a espera...
Espera... O que mesmo?
Ah sim! Esperança...
Penso que é uma coisa esquisita,
Que se torna complexa pelo fato de ser simples.
Tem o poder de me fazer  enxergar o amanhã
E ao mesmo tempo me cega...

Será que posso confiar nela?
Talvez sim! Talvez não!
Enquanto fico nesse dilema
A coisa estranha me invade,
Me faz acreditar que num universo
Muito distante existe um paraíso,
E dentro dele mora outra criatura
Chamada FELICIDADE!

É como se fosse uma luz no fim do túnel,
Mas o que devo fazer?
Caminhar ou esperar?
Nesse meio termo
Fui de encontro a possível luz.
Dava dois passos e parava para refletir,
De repente ela  apagou.
Fiquei tão perdida entre  positivo e negativo
Que a lâmpada acabou queimando.
Perdeu-se a luz no fim do túnel!

Mas que buraco é esse?
Me perdi em meu próprio inconsciente?

A lâmpada realmente queimou,
Ou de acordo com minha aproximação
A luz ficou tão forte ao ponto
De ter me cegado?

E aí Dona Espera,
Desculpe! Esperança.
Pode esclarecer essas dúvidas,
Ou vai dizer que passou aqui apenas
Para me fazer pensar
E aproveitar para se divertir um pouquinho
Com minha loucura?

A que ponto cheguei?
Estou tentando conversar
Com um sentimento...
Surpreendente minha insanidade.
O pior é que ainda creio
Que essa enganação
Possa me resgatar dos meus abismos...
Mas desde quando tenho algum?

Quanta dificuldade em falar sobre esperança,
Falar com a esperança,
Mais difícil ainda:
Acreditar que isso aí possa existir...

Mais fácil seria dialogar
Com aquele bichinho verde
Que raramente se acomoda
Em uma das paredes de minha casa,
E por coincidência é também
Chamada de Esperança...

Mas por outro lado,
Penso que deveria ser mais paciente,
Pois a esperança não é mais que a própria espera...
Estou enganada?





Vendo o Noel com outros olhos

 “Capitalismo: sistema socioeconômico
Em que os meios de produção
Se encontram em poder das propriedades privadas.”

Minha cidade decorada,
Árvores de natal,
Luzes por todos os cantos,
Grandes problemas esquecidos...
Brindemos!
 O natal chegou...

Em algum período
Tal época era realmente mágica,
Trazia momentos de compaixão e união.
Diferente dos dias atuais
Com o chegar da meia noite
Trocavam-se abraços
Ao invés de presentes...

Talvez hoje não passe de um período mascarado,
Em que o frio surge de dentro pra fora...
Todos guardam suas infelicidades
No bolso e se submetem a fantasia,
Demonstram ser mais iluminados
Que as ruas brilhantes da capital...

Véspera de natal,
Empresas fechadas,
Todos em casa...
Mas como diz o ditado:
“Para toda regra
Existe uma exceção!”

Em algum lugar do Polo Norte,
Um espaço ficou vago,
Uma família está incompleta.
É a do Noel,
Pobre velhinho abriu mão da companhia
De seus entes queridos
Para dar mais sentido ao nosso dia...

Não me recordo quantas vezes,
Mas quando criança
Já enfrentei fila
Para falar com o Papai Noel...
Tirei uma foto com o grande herói,
Ganhei também algumas balinhas...

Saudosa época de minha infância,
Pena que cresci.
Não sei se é loucura,
Mas esses dias refletindo
Sobre os singelos pensamentos
Que carregava quando pequena,
Quis conhecer a verdadeira razão
Pela qual o salvador da Pátria
Se veste de vermelho...

Só eu mesma para associar
Essa cor ao amor
Que ele possivelmente sentia
Pelos pequenos anjos que enviavam
Cartinhas compostas por sonhos
E por pedacinhos de vida...

Para meu espanto,
A cor vermelha da roupa do Senhor Noel
Foi criada para publicidade
De uma marca famosa de refrigerantes,
Entre os séculos XIX e XX...

A doce visão que tinha
Foi de encontro ao chão.
Ele não passava de um capitalista,
Um símbolo comercial
Que provavelmente trabalhava
Por não ter conseguido se aposentar...

Hoje sua fala não me sai da cabeça:
“How...How...How... Feliz Natal!”
Risadinha sarcástica,
Que o vendedor de ilusões
Soltava no ar...
Provavelmente ria da inocência
Daqueles que o procuravam
Para realizar seus sonhos,
Que nem sempre eram materiais.

Dar presentes é diferente
De apenas fazer a entrega.
Papai Noel na verdade
É um carteiro que se veste
De forma atrativa em dezembro...

O Velhinho barbudo
Me deixou com a impressão
 De que o natal é possível
Apenas para quem possui
Alguma condição financeira...

Provavelmente para o filho
De um milionário,
O presente venha no interior
De uma caixa enorme,
Com um laço perfeito fazendo a decoração,
Provavelmente um eletroeletrônico
De última geração...


Para o filho de um simples trabalhador,
O presente vem numa embalagem simples,
Provavelmente sem o laço para enfeitar,
É um brinquedinho qualquer,
Apenas para firmar
O “verdadeiro” significado natalino...

Para uma criança abandonada,
Um morador de rua,
Não existe pacote de presente,
Na verdade não sobra nada.
Nem sequer tempo para uma visita,
Um abraço, um aperto de mão...
Aqueles que dependem de um ato
Simples para sorrir,
São esquecidos,
Largados naquele ambiente de luz artificial...

Será que aos olhos do herói natalino
Essas pessoas não existem?

Sou vista como parte do mundo
Apenas se tiver a carteira de trabalho assinada?

O TER vale mais do que o SER?

E você Noel?
Após cumprir sua grande missão,
O saco que carrega nas costas
Volta com um peso
Maior ou menor que antes?

Tome cuidado!
Se começarem a desconfiar
De sua postura classificatória
E de outras mentirinhas,
O Senhor pode deixar de existir.
Sabe como é né?
Os valores culturais
Podem mudar com o passar dos tempos
E certa lenda pode um dia
Se tornar inexistente.


Parabéns Letícia! Continue escrevendo e colocando ideias no mundo <3 Obrigada por me inspirar!

Letícia Novais, Josemara e eu (Line-Chan)

Obrigada pela visita!!!




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