Olá queridos leitores do blog!
Hoje farei uma postagem mega especial e dedicarei ao meu professor Hudson Mandotti:
No final dessa postagem tem uma mensagem especial para ele... o grande incentivador do pensamento e reflexão!
A postagem nos levará a uma dissertação sobre o reconhecimento do status linguístico especial da população escolar surda, seu histórico e desafios. Espero que tenham uma excelente leitura, pois foi um prazer imenso desenvolver esse trabalho com alguns colegas do meu curso de pós-graduação.
SOBRE
A FALÁCIA DE TRATAR AS CRIANÇAS OUVINTES COMO SE FOSSEM SURDAS, E AS SURDAS,
COMO SE FOSSEM OUVINTES OU DEFICIENTES AUDITIVAS: PELO RECONHECIMENTO DO STATUS
LINGUÍSTICO ESPECIAL DA POPULAÇÃO ESCOLAR SURDA.
Palavras
chaves: Inclusão – Instituição – Deficiência
auditiva
·INTRODUÇÃO
“O livro é um mudo que fala, um
surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive”.
Antônio
Vieira
No
decorrer de todo o texto de apoio, trabalhamos sob a perspectiva de uma análise
crítica acerca de dados gráficos, as posições tomadas pelo governo com relação
a inclusão dos indivíduos que apresentam-se com deficiência auditiva ou algum
tipo de surdez.
Apresentam-se
nas laudas em anexo, um pouco do histórico da LIBRAS, o trabalho inclusivo e as
instituições apropriadas e desenvolvidas especificamente para o trabalho de
inserção dos indivíduos surdos na sociedade atual.
·HISTÓRICO
Para refletirmos as
fundamentações da educação de surdos na atualidade, Mister faz um breve passeio
pelas raízes da história de surdos.
Na antiguidade, os surdos eram
rejeitados pela sociedade, para os gregos e romanos em linhas gerais, o surdo
não era considerado humano, pois a fala era considerada um resultado do
pensamento. Logo, quem não pensava não era humano. Não tinham direito a
frequentar os mesmos lugares que os ouvintes, eram isolados nos asilos para que
pudessem ser protegidos; não se acreditava que pudessem ter uma educação em
função da sua ‘anormalidade’, ou seja aquela conduta marcada pela intolerância
obscura na visão negativa sobre os surdos, viam-nos como ‘anormais’ ou
‘doentes’.
Na Idade Média, a
Igreja Católica teve papel fundamental na discriminação no que se refere às
pessoas com deficiência, principalmente em relação às famílias abastadas.
Passou a se preocupar em instruir os surdos nobres. Os monges que estavam em
clausura, e haviam feito voto de silêncio para não passar os conhecimentos
adquiridos pelo contato com os livros sagrados, haviam criado uma língua
gestual para que não ficassem totalmente incomunicáveis. Esses monges foram
convidados pela Igreja Católica a se tornarem preceptores dos surdos, possuindo
uma língua os surdos nobres poderiam participar dos ritos, dizer os sacramentos
e, consequentemente, não perderiam suas posições e poderiam continuar ajudando
a Santa Madre Igreja.
É somente no final da Idade Média que os
dados em relação à educação e à vida dos surdos tornam-se mais disponíveis. É
nessa época que começam a surgir os primeiros trabalhos, no sentido de educar a
criança surda e de integrá-la (ainda não é inclusão) na sociedade.
O século XVIII é
considerado por muitos o período mais próspero da educação dos surdos. Neste
século, houve a fundação de várias escolas para surdos. Além disso,
qualitativamente, a educação do Surdo também evoluiu, já que, através da Língua
de Sinais, eles podiam aprender e dominar diversos assuntos e exercer diversas
profissões; os surdos passam a ser vistos como cidadãos com direitos e deveres
de participação na sociedade.
Os trabalhos realizados
em instituições somente aparecem no final do século XVIII. Até essa época eram
os preceptores (médicos, religiosos ou gramáticos) quem realizavam essa tarefa.
Naquela época, não tinham escolas para os sujeitos surdos. Com esta preocupação
educacional de sujeitos surdos fizeram surgir numerosos professores que
desenvolveram seus trabalhos com os sujeitos surdos e de diferentes métodos de
ensino.
As instituições de
educação de surdos se disseminaram por toda a Europa, e em 1978, em Paris
aconteceu o I Congresso Internacional de Surdos-Mudos, instituindo que o melhor
método para a educação dos surdos consistia na articulação com leitura labial e
no uso de gestos nas séries iniciais. Essa determinação somente durou dois
anos, pois em 1889, em Milão, ocorreu o II Congresso Mundial de Surdos-Mudos,
que promoveu uma votação com os participantes do Congresso, foi recomendado que
o melhor método seria o oral puro, abolindo oficialmente o uso da Língua de
Sinais na educação dos surdos.
Durante os 80 anos de proibição do uso
de sinais, os insucessos foram notados em todo o mundo. Os surdos passavam por
oito anos de escolaridade com poucas aquisições e saíam das escolas como
sapateiros e costureiros.
Os surdos que não se
adaptavam ao oralismo eram considerados retardados. Não era respeitada a
dificuldade de alguns surdos por causa da perda de audição severa e profunda. O
uso de sinais só voltou a ser aceito como manifestação linguística a partir de
1970, com a nova metodologia criada, a Comunicação Total, que preconizava o uso
de linguagem oral e sinalizada ao mesmo tempo.
Atualmente, o método
mais usado nas escolas que trabalham com alunos com surdez é o Bilinguismo, que
usa como língua materna a Língua Brasileira de Sinais e como segunda língua, a
Língua Portuguesa.
O Brasil caminha sob os
efeitos legais gerados pela sua Constituição que protege as diferentes
expressões culturais e faz, antes ver a necessidade de serem respeitados os
direitos culturais dos surdos. Para tanto já há uma série de legislações em
relação à educação do surdo, bem como em outros espaços sociais onde o surdo
interage adquirindo o conhecimento, garantindo sua fundamentação cultural.
Na sociedade brasileira
a legislação sobre os surdos é presente e de forma abundante. Isto faz, antes
ver a presença de uma série complexa de legislações que não são para a
exclusão, a captura, mas para o pleno direito à diferença. Estas legislações
estabelecem alguns fatos obrigatórios por exemplo a educação especial, a
educação inclusiva que mesmo não garantindo o acesso à cultura surda, garantem
o direito à educação. O último decreto governamental 5.626 de 22 de dezembro de
2005 trouxe importantes inovações para a fundamentação da educação de surdos.
Inclusive, identifica os surdos como aqueles que interagem com o mundo por meio
de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da
língua de sinais.
Paralelamente, a esta
legislação surge um contraste marcante onde alguns conflitos se situam em
diferentes contextos teóricos como a educação especial que acompanha a teoria
moderna; o bilinguismo fruto da teoria crítica e o uso de língua de sinais e
cultura surda fruto da teoria cultural em educação de surdos.
Não obstante as
diferentes concepções que levam a avanços ou recuos, os surdos brasileiros
estam bem protegidos por leis que servem de fundamentos a educação.
·INCLUSÃO
Inclusão dentro de um
geral é acolher todas as pessoas, sem exceção e independente de uma
deficiência, seja ela física ou mental, na sociedade, e em nosso caso, no
sistema de ensino.
Quando falamos em
inclusão, de uma maneira implícita nos referimos também à exclusão, pois o ato
de incluir alguém em um grupo resulta de um ato de exclusão desta pessoa em um
outro grupo.
De acordo com o
Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu 54º artigo é dever do Estado
garantir “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino”.
Tratar a inclusão
escolar, nos remete à diversas mudanças, sendo elas, de metodologia e técnicas
para trabalhar com diversas situações que possam surgir na sala de aula.
As Instituições
Escolares devem também ter professores capacitados para trabalhar com crianças
que apresentem qualquer tipo de necessidade, integrando-as sempre no grupo de
alunos nas classes comuns, garantindo sua presença e permanência nas aulas.
·TRATAR
AS CRIANÇAS OUVINTES COMO SE FOSSEM SURDAS
Podemos observar um
problema: ouvinte X surdos – canais diferentes de comunicação, movimentos
contraditórios e contrários. Cabe-nos como educadores, pesquisadores,
profissionais interessados ou todos aqueles envolvidos nesta problemática
assumirmos uma postura racional e crítica onde não podemos desvincular a emoção
de nossas práticas pedagógicas.
Uma emoção que permita
enxergar o outro, a emoção de sentir na pele e na alma a riqueza da
diversidade, através da afetividade direcionada a racionalidade levando tanto o
professor como os alunos a enxergarem saberes antes desprezados pela escola.
Orientando-os para o que pode e deve ser trabalhado com as diferenças e
semelhanças. Como construir este caminho? Que tal colocarmos a emoção para nos
guiar através da afetividade à razão, num ambiente que favoreça ao diálogo, a
busca de sonhos, lutas, anseios e desejos na construção do conhecimento, num
universo criativo e de novos saberes?
·TRATAR
AS CRIANÇAS SURDAS COMO SE FOSSEM OUVINTES
De um forma geral, cada
indivíduo possui suas dificuldades intelecto- cognitivo- sociais individuais.
Logo, com as crianças surdas ou deficientes auditivas não ocorre nada de
diferente. As políticas governamentais tem falado tanto da construção de um
processo inclusivo, e atuado em retirar estas crianças de seus ambientes
convencionais, apropriados e adaptados para a construção de seu conhecimento de
mundo e inserção na sociedade atual e pré – conceituosa da atualidade.
As
políticas citadas acima, tem retirado as crianças com a deficiência em questão
e inserindo-as em escolas convencionais, sem profissionais previamente
preparados para trabalhar com o bilinguismo (PORTUGUÊS – LIBRAS) e para lidar
com as situações inusitadas decorrentes em um ambiente de educação
convencional. Assim, transcorre-se esta transição sem nem respeitar o tempo de
aprendizagem, sentimentos e o desenvolvimento cognitivo e intelectual destas
crianças. Desenvolvimento este ligado a todo sempre aos estudos
neuropsicológicos e patológicos de cada ser humano.
·INSTITUIÇÕES
Em relação à inclusão
do aluno surdo no contexto escolar, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Brasileira (LDB, nº 9394/1996) estabelece que os sistemas de ensino devam
assegurar, principalmente, professores especializados ou devidamente
capacitados que possam atuar com qualquer pessoa especial na sala de aula.
Neste sentido, entende-se que o aluno surdo tem o direito de frequentar uma
sala de aula da rede regular de ensino e de ser atendido pedagogicamente em
suas necessidades. No entanto, percebem-se grandes dificuldades por parte das
escolas para atender as necessidades educacionais destes alunos.
Entende-se que, de
acordo com a perspectiva da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, o
professor deveria ser responsável por mediar e incentivar a construção do
conhecimento do aluno surdo, através da sua interação com os alunos e do
desenvolvimento de práticas e estratégias pedagógicas que atendam estes alunos
em suas necessidades. No entanto, a grande maioria dos professores continuam
ministrando suas aulas em uma perspectiva tradicional, ou seja, não existe uma
mudança didático-metodológica para atender as necessidades pedagógicas deste
aluno.
Diante disso,
entende-se que os processos de inclusão de alunos surdos na perspectiva de
ambiente de aprendizagem em contexto de uma sala regular ainda estão em fase de
implantação. Atualmente, o aluno surdo está sendo “incluído” na rede regular que
possui carência de salas de aula apropriadas, recursos visuais, intérpretes e
professores preparados e motivados para o desenvolvimento de novas práticas
pedagógicas que atendam todos os alunos em suas peculiaridades educacionais.
A proposta de inclusão
escrita nos documentos é muito importante, e tem que sair do papel. No entanto,
a inclusão dos alunos surdos se apresenta como um fato novo para a maioria dos
professores e profissionais ligados à educação. Neste sentido, o Governo,
através do ministério da educação, tem que possibilitar condições favoráveis ao
processo de inclusão. Nesta perspectiva, as escolas devem ser reestruturadas
para que os professores tenham condições de se capacitarem para atender todos
os alunos de modo igualitário. Neste sentido, os professores devem estar
abertos a compreender as diferenças educacionais dos alunos surdos e ouvintes,
para que possam auxiliá-los através do desenvolvimento de estratégias
pedagógicas que atendam essas diferenças.
“NEM
TODOS OS FEIXES DE LUZ TEM OS MESMOS RAIOS DE SOL DO MEIO DIA...NEM POR ISSO,
OS MENOS INTENSOS E BRILHANTES, DEIXAM DE AQUECER E FECUNDAR”.
AUTOR DESCONHECIDO
·
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
ARANTES, V.A. (org.) &
SOUZA, R.M. [et al]. Educação de surdos:
pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2007.
BARROS, Eugenia Magalhães, O
Mundo do Silêncio: Uma
breve contextualização da trajetória do indivíduo surdo na humanidade.
Revista Virtual de Cultura Surda e Diversidade. Disponível em: <http://editora-araraazul.com.br/novoeaa/revista/?p=458>. Acesso em 10 de Maio de 2014.
BRASIL, Ministério da
Educação. Estatuto da Criança e do
Adolescente, ECA 8.069, de 13 de julho de 1990.
BRASIL, Ministério da
Educação. Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, LDB 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
PEREIRA, Maria Cristina da Cunha,
CHOI, Daniel. Libras: Conhecimentos
além dos Sinais. São Paulo: Pearson, 2011.
Foto da turma linda de Psicopedagogia <3
Obrigada professor Hudson...
pela persistência,pela vontade de querer nos fazer pessoas melhores,
pela transmissão do conhecimento,
pela dedicação,
pelo desempenho,
pelo profissionalismo,
pelo diferente,
pela mudança,
pelo puxões de orelha,
pelo divertimento,
pela educação,
pelo respeito,
pelo moderno,
pela competência,
pela capacidade,
pela as tentativas incansáveis de nos fazer refletir,
por nos fazer ouvir e entender estrelas,
por tudo,
por ter sido realmente PROFESSOR.
Com sua excelência,
conseguiu nos fazer descobrir um mundo novo,
fantástico, espetacular,
tirar as pedras do caminho, e continuar a retirá-las,
conseguiu nos fazer criar, recriar, começar, recomeçar,
seus ensinamentos ficarão para sempre guardados,
considero-o MESTRE,
MESTRE do saber, da busca incessantemente pelo conhecimento,
Nunca me esquecerei de suas histórias,
de seus pensamentos,
de suas manifestações diante do que pensavam ser imutável,
de seu prazer pela mudança,
de seus poemas,
de suas piadas,
de sua garra,
de sua vontade incessante de ser
e cada vez mais querendo ser PROFESSOR.
Tu és e sempre será o grande maestro,
da música saber, aprender, apreender.
- Ó! PROFESSOR HUDSON tu és Mestre na arte em que atua. A Filosofia é sua espada. Gostaria de mais coisas escrever, entretanto parece que as palavras fogem, mas pode ter certeza que farei uso de seus ensinamentos que servirão por toda a minha vida.
E como em todas as aulas, tínhamos um pensamento para refletir, terminarei com um pensamento:
“Quando se ama não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós”. (Clarice Lispector)
Parabéns, Ó grande, excelente, mestre Hudson!
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